segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Inflação – Simulações de planos de independência financeira

     No post anterior, Inflação - O dragão que acaba com o valor de seu dinheiro, falamos a respeito da inflação e da forma com que ela acaba com o valor de seu dinheiro através do tempo. Agora, estaremos fazendo algumas simulações de planos de independência financeira, considerando o efeito da inflação. Você verá a diferença que o efeito da inflação causará no seu plano de enriquecimento.

     Em nossa primeira simulação vamos no basear no segundo exemplo do post (Independência Financeira - Veja como é mais fácil do que parece!). Naquele exemplo veja que o casal precisaria juntar R$247.058,82 para atingir sua independência financeira, mas naquele caso considerávamos uma situação onde não existia inflação.

     Porém, refazendo os cálculos, considerando agora uma inflação mensal média de 0,3% a.m. e um investimento com uma taxa liquida de 0,85%, teríamos uma taxa real de 0,547% a.m., conforme os cálculos abaixo.

Rendimento real = (1 + rendimento liquido) x (1 – taxa de inflação)
Rendimento real = (1 + 0,0085) x (1 – 0,003)
Rendimento real = (1 + 0,00547)
Rendimento real = 0,547%

     Nesse caso, o novo valor que esse casal deverá obter para alcançar sua independência financeira é dada pela formula abaixo:

Independência Financeira = Custo de vida da família/Rentabilidade do patrimônio
IF=R$2.100,00/0,00547
IF=R$383.912,00

     Considerando essa taxa de 0,547% a.m. seria necessário para essa família atingir sua independência financeira o valor de R$383.912,00. Considerando que nesse exemplo a taxa nominal é de 0,85% a.m., obviamente que ao fazer essa poupança, você terá ao final um valor maior do que esse, porém, agora não estamos mais considerando valores absolutos. O que importa é que, ao fazermos um plano de independência financeira considerando somente os rendimentos reais, teremos a tranqüilidade de que futuramente esse capital irá gerar uma renda que possua um poder de compra similar a R$2.100,00 nos dias de hoje.

     Agora, utilizando a planilha que você poderá baixar clicando na imagem abaixo, realizaremos uma simulação para saber em quanto tempo esse casal conquistará sua independência financeira. É importante lembrar que conforme já dissemos no post anterior, em um plano de independência financeira onde a inflação é considerada, os aportes mensais também devem ser corrigidos de acordo com a inflação.


 
           Clique para baixar

     Nota-se que agora o casal atingirá sua independência financeira, já considerando a inflação, em 24 anos. Se você verificar, quando colocamos esse exemplo no post Independência Financeira - Veja como é mais fácil do que parece!, o casal iria atingir seu objetivo em 19 anos, ou seja, devido a inflação serão necessários 5 anos a mais de poupança para o casal atingir sua independência financeira.

     Vamos fazer agora um segundo exemplo. Imaginemos uma família que possua renda de R$4.000,00 e consegue economizar R$1.000,00 por mês, ou seja, vive com um custo de vida de R$3.000,00. Vejamos quanto seria o capital necessário para essa família atingir sua independência financeira, considerando uma taxa líquida mensal de 0,8% a.m. para uma situação sem inflação.

Independência Financeira = Custo de vida da família/Rentabilidade do patrimônio
IF=R$3.000,00/0,008
IF=R$375.000,00

     Nesse caso, fazendo essa simulação em nossa planilha para simulação de evolução patrimonial (Baixe a sua em nossá página "Download"), veremos que essa família atingiria sua independência financeira em 15 anos. Porém, temos que considerar uma situação real, com efeito da inflação. Assim, vamos refazer os cálculos para uma inflação média de 0,35% a.m.

Rendimento real = (1 + rendimento liquido) x (1 – taxa de inflação)
Rendimento real = (1 + 0,008) x (1 – 0,0035)
Rendimento real = (1 + 0,00547)
Rendimento real = 0,447%


Independência Financeira = Custo de vida da família/Rentabilidade do patrimônio
IF=R$3.000,00/0,00447
IF=R$671.140,00

     Observe que devido a essa inflação de 0,35%a.m., essa família, para atingir sua independência financeira, deverá juntar não mais R$375.000,00, mas sim o equivalente a R$671.140,00. Conforme já falamos anteriormente, obviamente que o investidor terá um valor maior devido ao fato de sua aplicação ser corrigida pela taxa nominal, nesse caso de 0,8%. Porém, o que o investimento render a mais do que essa taxa de 0,447%a.m., será o necessário apenas para cobrir a perda do poder de compra devido a inflação.

     Assim, considerando essa taxa de inflação, e utilizando nossa planilha, vemos que agora, para juntar esses R$671.140,00, serão necessários 21 anos. Seis anos a mais que no exemplo sem inflação. Outro fato é que nesse 21º ano, devido ao reajuste para compensação da inflação na aplicação mensal, o investidor não deverá depositar somente R$1.000,00 e sim quase R$2.400,00.

     Como você pode ver, fazendo um plano considerando a inflação, acabamos tendo de considerar uma taxa de juros mais baixa que a utilizada nos exemplos sem o efeito da inflação, e isso vai fazer com que demore um pouco mais de tempo para alcançar o seu objetivo. Da mesma forma, como você terá que corrigir os seus aportes mensais, pode ser que seja necessário, com o passar do tempo, um aperto maior no orçamento de forma a poder continuar com o plano inicial. Infelizmente, essa é a realidade e esse é o preço que pagamos pela inflação.

     Porém, essa é a hora de colocar em prática os conhecimentos que você irá adquirir aqui no site e ajustar seu orçamento para conseguir acompanhar a evolução dos aportes mensais. Será o momento também, de utilizar melhores opções de investimento, de forma que as taxas de juros que você recebe aumentem, compensando a inflação.

     No próximo post estaremos falando sobre os índices de inflação existentes e de que forma o mercado e os setores da economia os utiliza.

     Não deixe de votar em nossa enquete que estará no ar até o dia 30 de setembro e, se ainda não possui nossas planilhas, entre na página "Download", e baixe as suas.

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     Fique a vontade para comentar e tirar suas dúvidas.

     Continuem conosco e até a próxima

Escrito por José Messias Ruggieri

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