quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Inflação – O dragão que acaba com o valor de seu dinheiro

     No post Independência Financeira - Veja como é mais fácil do que parece, mostramos alguns cálculos e disponibilizamos uma planilha que demonstrava como não era difícil alcançar sua independência financeira. Para facilitar o entendimento, naquele ponto não consideramos o efeito de perda de poder de compra que a inflação causa em seu dinheiro.

     Porém, já naquele momento, dissemos que a inflação nunca poderia ser desconsiderada, pois, nós investidores, temos de ter a consciência que mês a mês os preços dos produtos sobem, nosso salário normalmente se mantém estável, e assim, nosso poder de compra diminui.

     Hoje em dia temos o privilegio de viver em um país que possui uma economia e uma moeda estável, e com isso, temos gozado a felicidade de viver com baixas taxas de inflação, ao menos se comparada às taxas de inflações que tínhamos no Brasil no final da década de 80 e inicio dos anos 90, que chegavam ao absurdo de taxas mensais acima de 40%.

     Por definição, Inflação é o aumento contínuo e generalizado de preços dos bens e serviços negociados em um país, que tem como consequência a redução do poder de compra do dinheiro.

     Apesar de parecer positivo, quando há muito dinheiro em circulação, a população tem maior poder aquisitivo e consome mais, porém, isso pode esconder um grande problema. Se o consumo é muito alto, pode haver escassez de produtos no mercado e, com o crescimento da procura, eles aumentam de preço. Com os preços em alta, a população perde o poder aquisitivo, ou seja, pode comprar cada vez menos. Essa é a chamada inflação, que influencia diretamente a vida diária do cidadão.

     E viver em um país com altas taxas de inflação é muito ruim, traduzindo em números, vamos imaginar uma situação de um país que possua uma inflação de 10% ao mês (como falamos, essa taxa era considerada até baixa no começo dos anos 90). Nesse exemplo, imagine que você vive com um custo de vida da R$1.000,00, devido a inflação no segundo mês, você precisará ter R$1.100,00 para comprar as mesmas coisas. Ao final desse ano, mantendo essa taxa de inflação mensal de 10%, para comprar as mesmas coisas, você precisaria gastar cerca de R$2.850,00.

     Realmente vemos que é muito complicado viver com uma situação dessas. Nesta época, no início da década de 90, era comum os preços dos produtos nos supermercados sofrerem mudanças todos os dias. Isso, quando não sofriam mais de uma mudança no mesmo dia. Assim, era comum, logo que as pessoas recebiam seus salários, correr aos supermercados para fazer as chamadas compras do mês. É claro que com uma inflação tão grande, até o dinheiro depositado em conta corrente sofria correções monetárias na virada de um dia para outro, tentando minimizar o efeito da hiperinflação.

     Mesmo que hoje em dia não tenhamos mais taxas de juros altas como as daquela época, atualmente ela varia na faixa de 5% ao ano, sempre tenha em mente que a inflação come todo o valor de seu dinheiro não investido.

     Por isso, não se iluda achando que uma poupança, vamos supor de, R$500.000,00 seria o suficiente para você atingir sua independência financeira, pois obviamente, daqui a alguns anos esses R$500.000,00 não conseguirão comprar tudo o que compra hoje. Portanto, o que você precisará nesses casos é conquistar, daqui a alguns anos, o equivalente ao valor de R$500.000,00 atuais.

     E aqui encontramos um erro que muitas pessoas que investem suas economias cometem, elas esquecem de que, ao fazer seu planejamento financeiro, devem considerar a taxa real de seus investimentos. E também devem corrigir seus aportes mensais de acordo com a inflação.

     Isso é feito da seguinte forma:

     Primeiro, veja qual é a taxa mensal bruta de seu investimento (vamos supor que seja 1% a.m). Depois, você deve tirar dessa taxa o IR que será pago (Vamos supor que seja 15%).


Rendimento liquido = rendimento bruto x (100%-taxa do IR)
Rendimento liquido = 1% - (100% - 15%)
Rendimento liquido = 0,01 x 0,85
Rendimento liquido = 0,85% a.m.


     Agora, dessa taxa de 0,85%, você deve tirar a taxa de inflação mensal para saber qual é a sua taxa de rendimento real. Nesse caso vamos considerar uma taxa mensal de inflação de 0,3% a.m. Veja como ficam esses cálculos.


Rendimento real = (1 + rendimento liquido) x (1 – taxa de inflação)
Rendimento real = (1 + 0,0085) x (1 – 0,003)
Rendimento real = (1 + 0,00547)
Rendimento real = 0,547%


     Essa seria a sua taxa real de investimento, essa é a taxa que você deveria considerar em seus cálculos para simular seus planos financeiros. E também não esqueça que você deverá aumentar seus aportes de forma a corrigi-los de acordo com essa inflação mensal (nesse caso de 0,3%), ou seja, no segundo mês você deveria depositar em sua aplicação um valor 0,3% maior que o do mês anterior, e, por conseguinte nos próximos meses.

     Veja que os cálculos ficam um pouco mais complexo, por isso naqueles primeiros posts preferi considerar um cenário sem inflação, de forma a facilitar o entendimento. Porém como em uma economia real, dificilmente teriamos taxa de inflação zero, daqui para frente sempre em nossos cálculos e simulações iremos considerar o efeito da inflação.

     O importante é que você tenha entendido que a inflação é extremamente danosa a nosso capital, e que se você não aplicar o mesmo com qualidade, com o passar do tempo ao invés de ter seu poder de compra aumentado terá diminuido.

     No próximo post iremos refazer a simulação dos planos de independência financeira apresentados no post Independência Financeira - Veja como é mais fácil do que parece, porém agora considerando o efeito da inflação. Você poderá ver o impacto que a inflação causará na formação do capital necessário para sua independência financeira

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     Fique a vontade para comentar e tirar suas dúvidas.

     Continuem conosco e até a próxima.

Escrito por José Messias Ruggieri
Editado e revisado por Karla C. R. Ruggieri



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